Lunário, de Al Berto


Romance.

Autor: Al Berto
1.ª edição: 1988
Páginas: 135
Editor: Contexto, Lisboa

Seguimos Beno a par e passo, escutando-lhe as narrativas, as paixões efémeras, a vida boémia, as noites de amor e de diálogos secretos. (fonte: editor)
Em resposta à pergunta de Francisco José Viegas: “É um romance autobiográfico?” Al Berto responde: “Em parte, é. A primeira referência, para qualquer coisa que se escreve, é sempre uma referência autobiográfica. A Fernanda Botelho já o disse, de outra maneira, talvez melhor. Outra das razões reside no facto de que só foi possível escrevê-lo muitos anos depois de tudo ter acontecido, porque há coisas que nunca interiorizamos senão muitos anos depois. É a minha memória dos anos que vão entre 1967 e 1976. Regresso agora desses anos. Estou sentado, vejo com os olhos fechados o que se passou na altura.
Bruno César Martins Rodrigues refere que “Outras experiências biográficas conhecidas de Al Berto que os personagens do livro igualmente vivem são os trânsitos frequentes por ambientes marginais noturnos, o uso de drogas, a experimentação da androginia e o homoerotismo – experiências essas na verdade muitas vezes ligadas umas às outras. É na «station» que Beno tem uma relação sexual anônima com «o puto loiro»; é no bar Lura (cujo nome ecoa o nome da obra: Lunário) que a travesti Biondy se apresenta e que Beno conhece Nému, com quem vem a ter um relacionamento amoroso; é no Stars que Beno compra erva colombiana para fumar com Nému, que Kid compra uma pedra de ópio e que esses três personagens tem uma última noite juntos com Alba e Zohía. Além da travesti Biondy, Beno e Kid experimentam a androginia. (…) Beno, antes de suas próprias experiências homoeróticas, é voyeur do sexo entre Lúcio e Gazel. Antes de conhecer Nému, sai ocasionalmente com seu amigo Kid e vive também experiências heterossexuais, seja prostituindo-se para «uma velha completamente t.s.», seja no relacionamento aberto com Alba – com quem acaba tendo um filho, Silko.

Bibliografia:

  • Francisco José Viegas (entrevista a Al Berto, publicada na revista Ler, n.º 5, 1989, ler aqui)
  • Bruno Cesar Martins Rodrigues, Lendo Lunário, de Al Berto, pela Autoficção (Revista Desassossego, n.º 7, junho 2012, pp. 25-35, Universidade de São Paulo, São Paulo, ISSN: 21753180, ler aqui

Na Web: Goodreads, Wook


A informação constante desta página constará da 4ª edição e seguintes do Dicionário de Literatura Gay, onde será atualizada com as informações mais recentes sobre o autor e a sua obra. Clique na imagem para saber mais.

Sem comentários:

Enviar um comentário